Ser bom no trabalho pode
incomodar chefe, colegas...
Entenda quais as situações em que ser um profissional eficiente pode
atrapalhar
Ao
perceber que um colega é melhor, os outros começam a deixá-lo de lado. Isso
acontece com movimentos simples, como não convidar para um almoço, e com alguns
mais complicados, como não passar informações importantes para o andamento das
atividades do grupo.
Ser um bom profissional,
isto é, ágil, eficiente, que sabe entender quais as necessidades da empresa e
que entrega bons resultados, não significa sucesso garantido.
Em algumas circunstâncias,
ser bom pode significar uma barreira para o crescimento. "Na maioria
delas, a insegurança é o problema", diz o consultor Mauricio Goldstein, de
São Paulo, autor do livro Jogos Políticos nas Empresas (Ed. Campus/Elsevier,
212 páginas). Conheça alguns fatores ligados à insegurança que agem contra o
sucesso profissional.
Ninguém ocupará essa
cadeira
O chefe,
ao perceber que dentro de sua equipe existe um profissional muito eficiente e
com fortes chances de ocupar o lugar dele, deixa o subordinado na geladeira.
Sem o apoio e o
reconhecimento do chefe, a confiança do profissional fica prejudicada.
"Somos treinados para sermos o melhor", afirma Marcus Soares,
professor de gestão de pessoas do Insper, de São Paulo. O profissional pode
escolher mudar de área ou de empresa. Já o líder corre o risco de ficar
estagnado. "Sem um bom sucessor, não há como crescer", diz Marcus.
Isolamento
A concorrência no mundo corporativo é normal e
legítima. Sem ela, permaneceríamos no mesmo lugar. Por isso os profissionais
lutam para que os chefes vejam o seu brilho.
Ao perceber que um colega é
melhor, os outros começam a deixá-lo de lado. Isso acontece com movimentos
simples, como não convidar para um almoço, e com alguns mais complicados, como
não passar informações importantes para o andamento das atividades do grupo.
A melhor fórmula para o
profissional eficiente sair dessa dinâmica é, no fim de um projeto, dar os
créditos a todos os participantes. "As pessoas se sentirão
prestigiadas", diz Marcus, do Insper. É a velha lei da reciprocidade: uma
mão lava a outra.
Insubstituível
Você é um ótimo
profissional, entrega tudo no prazo, ajuda com novas ideias, agrega para a
equipe e tem um ótimo relacionamento com todos. "Nenhum chefe quer perder
um bom profissional", diz Lucas Peschke, diretor da Hays, de São Paulo. O
problema é que a empresa não consegue atender o desejo de crescimento de todos
os funcionários e no tempo que eles desejam.
Alguns chefes, para não
deixar o bom profissional ir embora, optam por não fazer comentários
construtivos e avaliações positivas. A solução é fazer contatos com outros
líderes da empresa e deixá-los a par de suas realizações. Assim, outros chefes
saberão de seu desempenho.
Só mais um pouquinho
Quando o profissional é ágil
e eficiente, os líderes acabam canalizando para ele a maior parte das tarefas,
pois sabem que ele entregará o resultado no nível desejado.
"O profissional aguenta
a pressão, não reclama e traz resultados", diz Marcus Soares, do Insper.
Com a sobrecarga de trabalho, ao longo do tempo o profissional pode se sentir
injustiçado e querer ter um reconhecimento diferente.
"Tem muito profissional
que não sabe dizer ‘não’, e isso é um problema para a carreira", diz o
consultor Mauricio Goldstein. A saída é clara: aprender a negociar e a dizer
"não" para interromper a dinâmica.
Os outros são ruins
O profissional é eficiente,
entrega resultados mas, ao se comparar com os pares, bate a arrogância. "A
maioria dos profissionais acredita que é boa o suficiente para receber um
aumento", diz o coach Homero Reis, do Rio de Janeiro. Até aí, tudo bem.
O problema é achar todos ao
redor incompetentes. "Ao se colocar em posição superior, o profissional se
marginaliza", diz Mauricio Goldstein. A saída é óbvia: manter a humildade
e, se for o caso, reatar as ligações com os colegas.
Você já está
preparado
Alguns chefes consideram um
profissional tão bom que se esquecem de investir no desenvolvimento dele.
"Para a empresa, todo investimento tem que ter um retorno", diz Lucas
Peschke, diretor da Hays.
O bom profissional precisa
mostrar suas necessidades e como o investimento nele retornará para a empresa.
"É a própria pessoa que tem de argumentar por que ela merece o
investimento", diz Lucas.
Degraus
ocupados
Não importa se você é um
ótimo profissional. Se não existirem espaços para crescer, você continuará no
mesmo lugar. Depois de um tempo, sentirá que está estagnado.
"Nesse momento é hora
de avaliar se vale a pena ou não ficar na empresa", diz o coach Homero
Reis, do Rio de Janeiro. Uma opção é fazer uma movimentação horizontal e ir
para outro setor, enquanto aguarda surgir a vaga desejada.
Será
que você é bom mesmo?
Saiba se você é eficiente ou
só acha que é
Carga de trabalho: Ao comparar seu trabalho com pares e
colegas que têm a mesma função em outras empresas, você está no mesmo
nível?
O que é esperado: A expressão "alinhar as
expectativas" é uma forma de saber se você é bom. "Você é considerado
bom profissional quando atinge a expectativa do chefe e da organização",
diz o consultor Mauricio Goldstein. Não basta medir as competências técnicas.
Avalie também a capacidade de se relacionar. Sem ela, você se tornará apenas
uma boa ferramenta. Mas apenas isso.
Fonte:Lucas Rossi, da Você SA
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o mundo."
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