É comum nos depararmos com essa questão: como ser um profissional mais bem-sucedido ou um líder melhor? Dicas de técnicas e comportamentos não faltam por aí, mas gostaria de acrescentar uma sugestão menos óbvia: o exercício da solidariedade fortalece a musculatura do seu potencial de liderança.
Estudo feito por Nicola Pless e Thomas Maak, professores da Esade Business School, uma das mais importantes escolas de negócios do mundo, afirma: o contato direto com situações de pobreza transforma profundamente o estilo de gestão dos líderes e melhora substancialmente suas habilidades de liderança.
“Os líderes envolvidos com trabalho em equipe em países pobres, por exemplo, tornam-se mais conscientes de suas limitações pessoais e suas necessidades de desenvolvimento. Aprendem a ser humildes, encontram um propósito de vida mais profundo, ficam mais conscientes da importância das relações e sentem maior necessidade de equilibrar trabalho com vida pessoal”, afirma o estudo.
Desenvolvimento pessoal e de liderança
Experiências como essa implicam enorme ganho de conhecimento e consciência a respeito de dilemas socioambientais e de saúde, além de promover maior flexibilidade, empatia, comunicabilidade e, principalmente, sensibilidade. Também reduzem preconceitos e ensinam a evitar julgamentos sobre pessoas – eis aí uma competência emocional importante.
No meu livro Conversas com Líderes Sustentáveis (Senac-SP/2011), ressalto que lideranças empresariais têm muito a aprender com outros líderes que enfrentaram, com sucesso, desafios nos campos social e ambiental. Afirmo, ainda, que as empresas teriam ganhado muito se tivessem, por exemplo, colocado seus talentosos trainees para fazer um curso de imersão com a falecida doutora Zilda Arns, na Pastoral da Criança.
Não por acaso, tenho observado dois fenômenos curiosos e até certo ponto surpreendentes:
1) Cada vez mais as empresas começam a recrutar para seus quadros os profissionais que estavam a serviço de seus institutos e fundações, porque enxergam neles competências de liderança como as descritas no estudo mencionado;
2) Cada vez mais, líderes de negócios importantes começam a enviar seus jovens executivos à linha de frente do relacionamento com comunidades, para que eles aprendam a conviver com opiniões contrárias, a lidar com conflitos, a ouvir os pontos de vista dos públicos impactados pelos negócios e a se colocar no lugar dessas pessoas.
Se você ainda não pensou nisso, é hora de pensar.
Fonte: Autor: Ricardo Voltolini
Nenhum comentário:
Postar um comentário