segunda-feira, 8 de abril de 2013

Virando minha própria mesa


Será que é tarde de mais para fazermos mudanças significativas?



Um certo dia, numa viagem entre Milão e Rio de Janeiro, decidi ler um livro. Estava meio entediado de estar sentado, e o filme exibido a bordo era ruim. Bem, foi nesse momento que tirei da minha pasta o livro do Ricardo Semler, "Virando a própria mesa". Vou ser sincero, até aquele momento, eu não sabia quem era o autor. Comprei o livro porque alguns amigos me recomendaram.

Lá pela metade do livro, eu estava completamente eufórico. Passei a ler com voracidade, com gana. Caramba, parece que o livro havia despertado desejos e sentimentos até então adormecidos. Eu dava gargalhadas com as histórias do Ricardo. Alguns passageiros ao lado, me olhavam de forma estranha, talvez pensando que eu estivesse com algum problema. E na verdade eu estava com muitos problemas. Mas o principal deles era onde estive residindo por muitos anos - "A minha zona de conforto".

Eu era executivo de uma grande multinacional sem nenhuma ambição quanto ao futuro. Eu estava anestesiado quanto ao que fazer a respeito do meu futuro. O livro deixou claro que eu precisava rever meus conceitos e especialmente
– tomar decisões. Os conceitos do livro caíram sobre minha cabeça como um raio. Entendi que estava numa grande trem de alta velocidade, mas, apenas como passageiro. Nada mais. Isso aconteceu há dez anos.
Comecei a organizar minha vida para pedir demissão da empresa e começar meu próprio negócio. Acreditava que alguém com a minha experiência não teria dificuldades em conseguir clientes. Quanta inocência. 

Havia muitas barreiras. A maior e mais poderosa era o tempo. Eu já estava com cinquenta anos. Quase "velho" e muito "velho" para recomeçar. Mas, estava decidido a
“virar a minha própria mesa”. Após dois anos de preparação, pedi demissão e comecei a trabalhar como consultor, palestrante. Mais tarde comecei a escrever e apresentar meu próprio programa de TV. 

Já se passaram quase cinco anos desde minha decisão. Como estou? Estou muito feliz. Com menos grana, mas feliz. Era isso que faltava. Ser feliz com o que se está fazendo. Parei de dormir em hotéis e de ter paradeiros inusitados. Eu gostava da minha vida, mas descobri que não era feliz. Descobri que poderia fazer muito mais pelas pessoas. Alguns amigos me chamaram de maluco, enquanto que a maioria desapareceu. No entanto, ganhei novos e verdadeiros amigos. É essa mensagem que gostaria de deixar. Ser feliz, esse é o desejo inerente em todos os seres humanos. Não fogachos de felicidades, como eu tinha. Refiro-me a ser feliz de verdade. A encarar a vida como uma dádiva. Entender que só há uma vida para ser vivida. Quem em sã consciência em seu leito de morte irá se arrepender de não ter trabalhado mais? 

Não desanime, caso ainda não tenha encontrado seu caminho; continue sua busca. Descubra realmente o que lhe faz feliz. Nada no mundo vale mais do que ser feliz. Que bom, eu encontrei.

Fonte:Fernando Fernandes

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